poesias III



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Colar de Carolina

Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral
nas colunas da colina..    

Cecília Meireles








As meninas

Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"

Arabela
foi sempre a mais bela..

Carolina
a mais sábia menina.
E Maria
Apenas sorria:
"Bom dia!"


Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
outra que se chamou Carolina.


Mas a nossa profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"

(Cecília Meireles)










Enquanto peixe-martelo
bate: toque, toque, toque,
peixe-serra vai serrando:
roque, roque, roque, roque.


               Milton Camargo

Gif praia

 


Confusões... confusões

Se eu sou um anzol,
não posso andar como um caracol.
Se eu sou um vegetal,
por que você me pendurou no varal?
Se eu sou um carretel,

por que me amassar com um papel?
Se eu sou gordo como um barril,
como você me confunde com um funil?




   
  Descubra o nome de uma pessoa no poema...




                            
        Fernando  Paixão 



Eu quisera sê penera,
Na coieta do café,
Pra andá dipindurado
Nas cadera das muié.





 

                                                                                            Sérgio Caparelli






Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz

Passarinho na janela,
pijama de flanela,
brigadeiro na panela.

Gato andando no telhado,
cheirinho de mato molhado,
disco antigo sem chiado.
Pão quentinho de manhã,

dropes de hortelã,
o grito do Tarzan.
Tirar a sorte no osso,

jogar pedrinha no poço,
um cachecol no pescoço.
Papagaio que conversa,
pisar em tapete persa,
eu te amo e vice-versa.
Vaga-lume aceso na mão,
dias quentes de verão,
descer pelo corrimão.

Almoço de domingo,
revoada de flamingo,
herói que fuma cachimbo.
Anãozinho no jardim,
lacinho de cetim,
terminar o livro assim. 



Otávio Roth




Chapeuzinho Amarelo

Era a Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo. 
Tinha medo de tudo,
aquela Chapeuzinho

Já não ria.
Em festa não aparecia.
Não subia escada nem descia.
Não estava resfriada, mas  tossia.
Ouvia conto de fada e estremecia.
Não brincava mais de nada,
nem  amarelinha.

 Tinha medo de trovão.

 Minhoca, pra ela, era cobra.
 E nunca apanhava sol,
 porque tinha medo de sombra.


 Não ia pra fora pra não se sujar.
 Não tomava banho pra não descolar.
 Não falava nada pra não engasgar.
 Não ficava em pé com medo de cair.
 Então vivia parada,
 deitada, mas sem dormir,
 com medo de pesadelo. [...]

Chico Buarque de Holanda.


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