Poemas II





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A pulga
pica
        e pula

no pelo, na crina e na cuca

pula
        de noite na cama

e quem dorme  pula também
pula

       no tapete da sala
viaja na tua mala
volta e te pica também.


                       Guto Lins.




Passarinho Fofoqueiro

Um passarinho me contou
que a ostra é muito fechada,
que a cobra é muito enrolada,
que a arara é uma cabeça oca,
e que o leão marinho e a foca...

xô , passarinho! chega de fofoca!      

   
 José Paulo Paes.



Procura-se um equilibrista
que saiba caminhar na linha
que divide a noite do dia
que saiba carregar nas mãos
um fino pote cheio de fantasia
que saiba escalar nuvens arredias
que saiba construir ilhas de poesia
na vida simples de todo dia.

     Roseana Murray.



 Colecionador de cheiros troca
 um cheiro de cidade
 por um cheiro de neblina
 um cheiro de gasolina
 por um cheiro de chuva fina
 um cheiro de cimento
 por um cheiro de orvalho no vento.

                        Roseana Murray.

 
O GATO                            

Com um lindo salto

Leve e seguro
O gato passa
Do chão ao muro

Logo mudando
De opinião

Passa de novo
Do muro ao chão

E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso

Atrás de um pobre passarinho
E logo para

Como assombrado
Depois dispara
Pula de lado
Se num novelo
Fica enroscado
Ouriça o pelo, mal-humorado

Um preguiçoso é o que ele é
E gosta muito de cafuné
Com um lindo salto
Leve e seguro

O gato passa
Do chão ao muro

Logo mudando
De opinião
Passa de novo
Do muro ao chão
E pisa e passa
Cuidadoso, de mansinho
Pega e corre, silencioso
Atrás de um pobre passarinho

E logo para
Como assombrado

Depois dispara
Pula de lado
E quando à noite vem a fadiga
Toma seu banho

Passando a língua pela barriga

Vinicius de Moraes
 Barrinhas e Divisórias

Cadê
Nossa! que escuro!
Cadê a luz?
Dedo apagou.
Cadê o dedo?
Entrou no nariz.
Cadê o nariz?
Dando um espirro.
Cadê o o espirro?
Ficou no lenço.

Cadê o lenço?
Dentro do bolso.
Cadê o bolso?
Foi com a calça.

Cadê a calça?
No guarda-roupa.
Cadê o guarda-roupa?

Fechado a chave.
Cadê a chave?

Homem levou.
Cadê o homem?
Está dormindo
de luz apagada.

Nossa! que escuro!

  José Paulo Paes.



A casa e o seu Dono

Essa casa é de caco
Quem mora nela é o macaco.


Essa casa tão bonita
Quem mora nela é a cabrita.


Essa casa é de cimento

Quem mora nela é o jumento.

Essa casa é de telha
Quem mora nela é a abelha.


Essa casa é de lata
Quem mora nela é a barata.

Essa casa é elegante
Quem mora nela é o elefante.


E descobri de repente
Que não falei em casa de gente.


Elias José













Pássaros

As mãos que dizem adeus são pássaros
Que vão morrendo lentamente...


               Mário  Quintana.



 

O primeiro mistério
                                                   
Se a goiabada é feita de goiaba,
se de limão é feita a limonada,
do que será que é feita a madrugada,
a alvorada, a revoada...  De nada?

A madrugada é feita dos passeios
que as últimas estrelas dão no céu;
a alvorada é feita da preguiça
do sol que acorda e os braços já estendeu;
a revoada é feita pelas asas
de quem durante a noite adormeceu.

Mas de que é feito o céu? E o sol?

E cada estrela? E quem voou
antes que houvesse asas
e em seu próprio mistério se escondeu?

     Alcides Vilaça



A BONECA

Deixando a bola e a peteca
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira: “É minha!”
“É minha!” a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)

Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,

E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca...

                  Olavo Bilac




Uma
gota
de
orvalho
caiu hoje, às 8 h, do dedo anular
direito, do Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro
Seus restos
não foram
encontrados
A polícia
não acre-
dita em
acidente
Suspei-
to: o
vento

Os meteoro-
logistas, os poeta e
os passarinhos choram in-
consoláveis . Testemunha
presenciou a queda: “Horrível!”
Ela se evaporou na metade do caminho!
 
                       Afaste o texto e veja a imagem que se forma.         



 Os sinos

Sino de Belém,
Sino da Paixão ...
Sino de Belém,
Sino da Paixão ...
Sino do Bonfim!
Sino do Bonfim!...
Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!

Sino da Paixão bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, por quem chora assim?...
Sino de Belém, como soa bem!

Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão... Por meu pai?... – Não! Não!...
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, baterás por mim?

                              Manuel Bandeira




 "Preconceito" 

Tchello d'Barros

 





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Um comentário :

  1. NOSSA tia to achandondo tudo muito legal poesia poemas e muito mais muito legal beijinhos de sua aluna maria alice andrade paiva um beijo enorme !!!!!!!! te adoro!!

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